sexta-feira, 30 de maio de 2014

Sem Acordo Professores Mantem a Greve Em SP


os professores municipais de São Paulo decidiram nesta sexta-feira manter a greve iniciada há 37 dias. A categoria faz um protesto no viaduto do Chá, na frente da prefeitura. Os professores estaduais também fizeram um ato na avenida Paulista, mas a via já tinha sido liberada por volta das 17h40.
Os presidentes dos sindicatos que representam os docentes municipais tiveram uma reunião com Cesar Callegari, secretário municipal de Educação, na prefeitura. Na saída, os professores rejeitaram a proposta de incorporação de abonos em três vezes nos próximos três anos. A proposta foi vaiada após ser lida no carro de som.
Os professores pedem a incorporação imediata de abono anunciado pela prefeitura. Durante a assembleia, os cerca de 2.000 professores que estão no local, segundo estimativa da PM, gritaram "a greve continua, Haddad a culpa é sua". Os organizadores do movimento estimam que 6.000 pessoas tenham participado do protesto.
Um abono de 15,38%, anunciado no início do mês, elevou o piso salarial dos professores com jornada semanal de 40 horas/aula, com nível superior, para R$ 3.000 -o valor era de aproximadamente R$ 2.600. O sindicato, porém, pede que ele seja incorporado ao salário, e não fique apenas como bônus.
A categoria também quer que o percentual seja estendido aos demais servidores da educação. Os sindicatos afirmam que ele atinge apenas 16 mil professores de um total de 60 mil.
A prefeitura afirma que já concedeu, neste ano, reajuste de 13,45% nos salários de todos os profissionais. Os professores que já recebiam um abono para atingir o piso da categoria, porém, não sentiram o aumento. Isso porque o percentual apenas substituiu parte do bônus. Por conta disso, a gestão Haddad afirma ter concedido o abono de 15,38% apenas a quem recebe o piso.
Ainda de acordo com dados da prefeitura, em 2010, o piso dos professores com nível superior para 40 horas semanais (25 com os alunos 15 adicionais) era de R$ 2.292,17. A proposta do prefeito Fernando Haddad (PT) para este ano sobe esse valor para R$ 3.000. O ganho real é de 3,6%.
Além do salário, os manifestantes também reivindicam melhoria nas condições de trabalho, o fim das terceirizações, e o cancelamento da implementação do Sistema de Gestão Pedagógica. A categoria decidiu na assembleia desta sexta-feira manter a vigília iniciada na noite de quinta na frente da prefeitura. As barracas montadas deverão permanecer no local.
A prefeitura afirmou, em nota, que a administração realizou 26 reuniões com as entidades sindicais da categoria neste anos e se comprometeu em "incorporar o abono de 15,38% para todos os professores, em três parcelas (2015, 2016 e 2017), divididas de acordo com a negociação na data base de 2015 e com as condições orçamentárias da administração".
A administração municipal afirma ainda que concorda em pagar os dias parados condicionado ao fim imediato da greve e desde que as aulas perdidas sejam efetivamente repostas de acordo com plano pedagógico a ser apresentado pelas escolas às direções regionais de educação.
Marlene Bergamo/Folhapress
Professores da rede municipal de São Paulo protestam na frente da prefeitura; categoria decidem manter greve
Professores da rede municipal de São Paulo protestam na frente da prefeitura; categoria decidem manter greve
PROFESSORES ESTADUAIS
Já os professores estaduais fecharam parte da avenida Paulista para fazer uma assembleia para decidir sobre uma possível paralisação da categoria. Segundo a PM, cerca de 1.100 pessoas participaram do ato. O sindicato não informou uma estimativa.
A categoria decidiu entrar em estado de greve no segundo semestre caso não haja acordo com o governo. Uma nova assembleia foi marcada para agosto.
O grupo reivindica reajuste de 17,9% que, segundo o sindicato, corresponde a reposição de perdas que os professores acumulam desde 1998, quando foi aprovado um plano de carreira e salários da categoria.
Além disso, os professores querem um plano de valorização da carreira com o objetivo de elevar o salário ao que o sindicato afirma ser a média salarial dos profissionais com ensino superior em São Paulo. A categoria diz que essa média é de cerca de R$ 4.000.

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